- Isso é só o fim. O que importa já foi feito.
- E agora?
- Agora é o resto das nossas vidas.
[Trecho do filme: Apenas o Fim]
- E agora?
- Agora é o resto das nossas vidas.
[Trecho do filme: Apenas o Fim]
Acabou de dar meia noite e eu escuto, baixinho, alguém tocar uma das mulheres de Chico no prédio ao lado. Abro a janela. Joana Francesa. Passei por todos os cômodos desse lugar estranho e guardei o sono atrás da cortina vermelha. É em peixes, meu sol. Netuno, inspiração, idealismo, divino maravilhoso, não-explicação, sem fim. Eu tenho andado feliz. E sim, continuo falando de amor, escrevendo os mesmos textos de sempre, poetizando qualquer coisa que apareça e fingindo não ser romântica.
Agora acabei de equilibrar a doçura, nas pontas dos pés. Consegue ver? Se eu deixar cair, espalha. Sorri no escuro ao lembrar minha infantilidade em procurar o vento, naquela época, para que as palavras chegassem suaves aos teus ouvidos. Fico feliz em notar que ainda carrego delicadeza nos dedos ao escrever a você. Não nos despedimos.
Essa semana peguei um táxi e passei do ponto porque simplesmente estava pensando que, ah!, são coisas muito bonitas nos esperando. E quando pisei no chão, primeiro com o pé esquerdo, deixei cair o pirulito de coração. Despedaçou-se enquanto tive uma certeza: eu vou te amar em todos os meus amores. Já não contesto.
Outro dia revi Apenas o Fim. Cada diálogo foi como se compusesse nossa despedida. Foram coisas lindas. Coisas bobas. Coisas nossas. Ele você ela eu. Quis te mandar um torpedo, quando foi dito: você é meu chicletinho mastigado. Não somente por ser a cara do que fomos, mas também porque interpretei de um jeito engraçado, sabe? É que vai ver o doce se perdeu, mas continua a grudar. Está grudado. Vai sempre ficar um pedaço, uma marquinha. Ficou.
Aprendi que não existe pedagogia para sentimentos. Eu tive febre. E passou. Passou aquela vontade de querer te ligar durante o sinal vermelho só para contar do que andou acontecendo. A vontade de te contar das minhas revoltas, das minhas mudanças. Ando tão madura, tão mais boba, mais eu, menos você. Passou a vontade de falar do medo que tive nos primeiros dias, de ser a cada hora menos você. Passou. Passou inclusive o meu sorriso contente ao me imaginar escrevendo e lembrando nós dois, num futuro, balbuciando entre um suspiro e outro, com uma voz muito concentrada no azul, a frase do poeta: minha impressão é que tenho amado sempre.
Por ter/ser passado, hoje, quero pedir: não me devolva nada. Não me entregue tuas ternurinhas. Não me devolva tudo o que já te entreguei, agora, quando já não interessa. Você deixou a porta entreaberta, eu fechei. Fecho. Se abra inteiro, encontre alguma menina interessante, me deixe passar. O meu amor foi grande. É imenso. É sempre teu. Mas não mais vivemos juntos nele. Ainda penso conseguir um dia estar ao teu lado, saber te ouvir, arranhar teus ouvidos com meus sorrisos, ficar horas pendurada ao telefone. Me engano, assim, para doer menos. Já doeu demais.
Continuo a te querer bem. Respeito nosso relicário. Respeito você. Sempre que noto as coisinhas construídas que me foram deixadas, me sinto leve. Faz cócegas ter você me alicerçando. Amores de ontem, todavia, devem ficar na poesia intocável. Por isso afirmo que aqui, nesse parágrafo, estou me despindo de você. Deixo tudo. Vai haver um ponto final adiante, porque aprendi a usá-lo. Deixo aqui. Não aceito devoluções. Se não for teu, sempre será de alguém.
Te abraço com calma, para que os corpos solucem todos os beijos que não foram dados. Te entrego alguma coisa bem bonita. Que todo o amor que deixei seja teu, ainda que levado por outro alguém.
Que o coração jamais se apague.
P.S.: O que importa, realmente já foi feito. E é nosso. Sempre seremos nossos, porque ninguém nunca nos terá igual. Nunca havia sido tão assim, eterno.
Texto postado ontem. Deletado. Publicado novamente porque meu anjo da guarda disse: deixe aquela porra lá!
ResponderExcluirEu só obedeço. Haha.
P.S.: Carol, Queti, Vanessa, Felipe e a moça das flores, agradeço imenso as palavras lindas que me foram deixadas.
Eu posso ficar aqui rasgando seda ou simples deixar que suas palavras expliquem tudo o que quero dizer, assim com elas fazem. Na falta de opção me calo e te lanço sorrisos com aquela expectativa, em quase desespero, de que vais sorrir de volta. E você sempre sorri. E é tão mágico me imaginar inserido nos poros de uma pessoa que até pra ser xingada eu precise de neologismos, néahm flor? Hoje eu já sei que aos poucos vão existindo coisas ‘bem nossas’. Obrigado
ResponderExcluirAinda bem que o teu anjo da guarda gosta de Literatura. Hahahaha. Fica indecisa não, Jaya. Deixe que as palavras penetrem quem as permitam penetrar [melhor seria dizer "a quem servir, pode vestir a carapuça"].
ResponderExcluirBeijo grande e muito azul [e luz, e paz, e amor, e uma semana rápida e indolor] para nós!!!
eu fico triste, porque não gosto de despedidas. mas se você quer tanto fechar essa porta, eu respeito. e te ofereço meus abraços e meu colo.
ResponderExcluirme lembrei do dia em que você me contou da febre.
beijos, querida-pra-sempre.
:)
Despedidas são bastante doloridas, mas às vezes necessárias. Lindo texto, como sempre. Cheio de coisas para serem sentidas.
ResponderExcluirE eu adoro esses pirulitos de coração, eles me trazem lembranças felizes ;)
Beijo, moça.
fingindo não ser romântica
ResponderExcluirahã.
não li mais depois dessa frase.
uma baita injustiça com você, mas não li o restante. pra mim, o encanto ficou todo até aqui;
Flor, lindo o texto. Sempre é, né?!
ResponderExcluirMas nesse senti algo diferente, algo que não havia sentido em nenhum outro texto seu.
Muito bonito.
Beijo grande e se cuida.
Serei novamente repetitiva! Mas, vc tem disso, me deixar dizendo sempre as mesmas coisa, que seu texto é belíssimo!
ResponderExcluirMas, hoje vou agradecer... Jaya, queria tanto ter essa coragem, de deixar de amar tanto alguém, pra talvez amar sempre! Que coisa mais linda do mundo! Não sei se tenho todo esse altruísmo não, de querer que ele encontre uma garota interessante!
Ai minha querida, adorei tudo!
Mas, a doçura nas pontas dos pés, me emocionou!
vc toca meu coração de um jeito tão lindo!
tá, vou acabar a rasgação de seda!
mas, vc sabe que é verdade, né?
Adoro-te!
ótima semana pra ti, minha querida!
Essa é a p**** mais linda que eu já vi!
ResponderExcluirrsrs
..rs
ResponderExcluire meus olhos ficam cheios d'agua, foi uma das despedidas mais doce que já li, Jaya Maria, se todo mundo soubesse conservar o amor verdadeiro assim, as pessoas seriam diferentes, mais doces, menos amargas.
Eu espero que na minha vida, eu não tenha despedida, mas que se tiver que seja assim, porque realmente me deixou de nó na garganta pela beleza dos fatos.
Bessos.
Eu, sinceramente, não tenho palavras certas para explicar o que senti ao ler esse texto. Nunca sei o que dizer quando leio seus devaneios.
ResponderExcluirVocê encanta! E é tão natural...
Você é linda e eu sou tão feliz em tê-la aqui, comigo.
Eternamente fã!
Beijos.
pode acontecer de novo com outros, se tiver que acontecer com outro par.Mas nada mais será tão eterno e cm tanto brilho como foi entre vocês.Foi só por ser vocês que ficará assim dessa maneira. Te entendo Jaya, linda..
ResponderExcluirFlores.
muito difícil, me da frio e um medo enorme de ter que ouvir isso de novo porque você sabe, pra quem fica, nunca é o bastante.
ResponderExcluire eu que fiquei, sei o quanto é difícil. hoje mais crescida, mais desprendida e menos amargurada consigo notar seu lado, mas não posso deixar de dizer: dói. e deve doer pra você também, eu tenho certeza. mas é tão diferente. a não ser quando foi uma decisão de ambas as partes, né?
enfim, eu não sei do que se trata e do que se tratou, o texto é lindo como sempre. coisas maravilhosas que só você sabe dizer, mas te juro que dessa vez senti um aperto grande.
cada um entende de um jeito, não é mesmo? e sinceramente, você não tem culpa.
o bom mesmo é crescer, e isso, já me aconteceu. e você, já é adulta faz tempo ;)
beijos querida, muitos.
Lindo, lindo... Fico encantada com a beleza que conduz as palavras!
ResponderExcluirUm beijo =*
Lendo, assim, parece tão fácil. Tão simples, como respirar.
ResponderExcluirRelutei em por um ponto final e, depois que pus, deixei de ser. Esvai tudo que fora, nada do que realmente era. Agora vou vivendo. Sem porquês.
Teu amor, de vírgulas ou pontos finais, é tão lindo que me causa cócegas.
Um beijo, bonita.
Não aguento passar por aqui e não sentir a vontade de te fazer todos os elogios do mundo, mas dai lembro que em todos os comentarios faço a msm coisa =/
ResponderExcluirhausheuhashehas
Eterno é tudo fica!
Inclinei-me sobre o teu verso.
ResponderExcluirDesci linha por linha.
Tive vontade de olhar nos teus olhos. Conversa de poema pra poema.
Um poema entende o outro.
Como as minhas estão trincadas, tomei emprestada as lentes do poeta
Caio F.
"As pessoas falam coisas,e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem,há o que são e nem sempre se mostram. Mas elas são."
Seu post:
Devastador.
Um beijo de sol com gosto de sonho.
Fui assaltado por uma dúvida torturante !És Jaya jóia ou jóia Jaya ?! Responda rápido,corro risco de colocar minha cabeça à pique, feito uma nau destrambelhada.
ResponderExcluirVc fala de amor, mesmo com o coração partido, de forma leve. Parace até que já descobriu o amor dos marinheiros, que beijam e partem...
Fique na paz e comece a pensar na preparação de um livro. A literatura precisa do seu sopro, seu bafo, seu hálito dulcíssimo.
Bjs.Fique com Deus(sempre).
Nossa! maravilhoso, tu é muito boa!
ResponderExcluirMuito bacana teu blog, parabéns pelas belas palavras...
abraço
celso
Você sabe que nunca me canso de ler você.
ResponderExcluirE o amor quando é de verdade, nunca morre, ele apenas deixa de ser o centro da nossa atenção quando o tempo passa. Você é toda amor, eu sei, eu sinto.
Te gosto muito Jaya.
Novamente entro e me deleito.
ResponderExcluirObrigado Jaya por esse lugar existir, nele entro e me sinto mais humano, me torno indestrutível, pois em seu blog visitam palavras que passam por aqui também.
Bjao.
Lindo...
ResponderExcluirMe esparramei aqui e nem vi o tempo passar. Rss
Encantada!
Beijoo
Até quando você dá adeus é lindo. Ô baiana porreta viu.
ResponderExcluirNota mental: de bonito o adeus não tem nada, mas tem hora que é o único e melhor caminho a seguir.
Amotutatuzinha.
Tuo muito intenso por aqui, prazer
ResponderExcluirO talento é capaz de causar sentimentos bastante antagônicos. No mcomeço do texto, já seduzido por ele, me comovi com sua desesperança, com sua dor. Do meio pro fim, em algum momento, te detestei por ser capaz de abrir mão de maneira tão alruistiscamente falsa, quase culpada. No fim, já completamente envolvido pelo seu texto, eu já invejava o inspirador do texto por saber que ele foi co-responsável de alguma forma em inspirar um texto tão bom, agridoce. No somatório final, fica a constatação do seu talento em transformar em arte a sua faca de dois gumes.
ResponderExcluirEm suma: parabéns pelo ótimo texto.
Quando tiver um tempinho apareça no spleen para celebrar comigo. Estou convidando os amigos para chorar e brindar alguma coisa que doa e nos alivia a alma, nos mate e nos mantenha vivos.
Grande abraço
Você me mata toda vez p*!!!
ResponderExcluirTu abusa só porque escreve as coisas mais lindas do planeta.
Sua malvada.
¬¬
Beijoca na testa.
s2
Pensei tanta coisa lendo tuas palavras... um amor que deixamos partir, um texto que levam de nós, enfim.
ResponderExcluirO que importa é a beleza do que foi vivido e a certeza de que foi nosso a cada momento, né?
O que é lindo fica, só isso.
Beijo, Jayam!
Se tu for mesmo, vou sentir saudade desse amor todo.
Li de novo. Outra perspectiva. Outro olhar. Outra eu.
ResponderExcluirJaya, meu bem.
ResponderExcluirPor não encontrar palavras. Diante de algo tão delicado e bonito.
Lhe entrego um sorriso.
É sempre belo te ler, meu Girassol!
Eu não sei fechar portas, talvez devesse aprender. Ou não, né? Vai saber.
ResponderExcluirBjs.
P.s.: fui mais inconclusivo agora que o Cléber Machado. Ou não.
Respirei fundo só agora. Eu adoro o jeito que descreve os acontecimentos. Me faz imaginar cada acontecimento. Vi teu pirulito cair da tua boca, acredita? rs Não há elogios que te faltam, minha querida. Você já os possui por inteiros.
ResponderExcluirAdorei.
Um beijo.
O amor pode dar certo, um dia, num pode?
ResponderExcluirJaya, publicou um texto ontem e deletou de novo? Eu vim aqui dizer que vc é igual Chico... ao inverso. Ele escreve "sendo" mulher e vc "sendo homem"... que perfeição!
ResponderExcluirMas não precisava fazer a Isa passar por aquilo, né? Tadinha...
Bjo, flor!
Bel,
ResponderExcluirHoje eu entendi que aquela história não era do universo Leo-Dulce-Isa. Será reeditada.
E obrigada pelo elogio mais lindo.
Lindo,perfeito.Eu não gosto de despedidas,mas como você diz:" vai sempre ficar uma marquinha.Ficou! Vejo a despedida por outra perspectiva depois de ler esse texto maravilhoso.
ResponderExcluirP.s: Adoro seu espaço,seus textos são perfeitos e me inspiram,sempre.
Deixei um selo pra vc no meu blog. Beijos flor.
Eu vejo como um recomeço.
ResponderExcluirSempre.
Ei! Tinha um texto depois desse, cadê?
ResponderExcluirVim correndo pra contar sobre os primeiros dias aqui. Vem ver.
http://glauaupair.blogspot.com/
Saudade é gigante do tamanho do Obelisco! HAHAHA.
Amotutatuzinhaminha.
Tem também o tempo no qual o eu-lírico da gente resolve tomar um porre de outros eu-líricos para enxergar o quanto é pequeno, tosco e insensato. Eis você, me lembrando que eu já fui melhor.
ResponderExcluirÉ só, meretíssimo.
Ja faz tempo que eu leio esse texto mas até hoje sinceramente mexe comigo.. E eu não tenho nem palavras.
ResponderExcluirQue o seu guia dos sentimentos continue te guiando sempre pra escrever coisas tão inspiradoras e que tantas pessoas se identificam como essa.