outras páginas.

Outra cama.


É tudo tão confortável 
— esse fazer amor, 
esse dormir juntos, 
a suave delicadeza…

[Bukowski]

Eu ficava ali, dançando. Como se não existisse tempo, olhos ao redor. Eu só ficava ali, dançando. Três horas da manhã, as pessoas todas em bandos, falando alto, sorrindo muito, jogando fumaça pra cima, música ruim, alguém enchendo meu copo, alguém recitando poesia, vários rodopios, uma garrafa quebrada, todo mundo se atrevendo. Eu me desfazia e dançava entre cometas, bêbados e vagabundagem.

Me desesperei quando ele entrou e sentou-se sozinho no fundo do bar. Acendeu um cigarro, virou uma dose e o mundo se resumia então àquele momento. Tentava pegar seus olhos, inventar um motivo para me aproximar, dizer alguma frase decorada, fingir que acreditava em qualquer coisa que ele dissesse e atuar em relação a todo esse lance atrativo entre o que se pensa e o que se diz. Quem sabe ele se comovesse ao notar minha maquiagem suja e borrada, minha boca vermelha, meus olhos mendigos.

As coisas foram se desprendendo de mim. Ele me ofereceu uma bebida e deixei claro meu desejo. Guardava em sua pose a esperança bonita daqueles que não se escondem. Nossos sentimentos foram abafados pelo arrastar de mesas e cadeiras e novos corpos que se juntavam àquela multidão. Muita coisa sobressaltava, todos se entendiam, abraçavam a loucura abstrata do instante e se desvinculavam de tudo o que ousasse ser humano. Éramos além.

Mais uma dança, a bebida caindo do copo, suas mãos passeando em mim de cima a baixo, rascunhando como que num último retoque todo o meu corpo. Eu seria dele ali mesmo, naquele instante, debaixo de toda a provocação que estava sendo entregue. Me beijou num misto de fúria, drama, comoção, exagero, furtando toda a história pervertida que até então estava sendo guardada em minha língua. Aquelas luzes, aquela sensação de sermos inflamáveis, uma explosão conjunta prestes a acontecer. Já estávamos à beira. Eu despencaria fácil. 

Tocava minhas pernas, firmava meus quadris, lambia meus lábios, mordia as pontas dos meus dedos, recitava sacanagens, ia me amarrando nele, assim, como se houvesse espaço para nós dois debaixo daquela jaqueta preta. Afoguei minha intensidade em seus braços e permiti, repetindo muitas vezes, que ele poderia ultrapassar. Que toda aquela pinta de imensidão dava acesso ao que era muito raso. Ele poderia ultrapassar, poderia ler minhas histórias, poderia zombar da minha cara de quem acredita em romances, poderia me deixar seriamente emocionada. Ele poderia ousar, montar suas putarias em meu pescoço e me fazer desamarrar todas as letras desordenadas que nunca foram ditas a ninguém. Que ele viesse. Que eu fosse.

Me puxou pelas mãos e eu apenas segui, sem saber o caminho. Sem querer saber o caminho. Esbarrei em toda aquela gente, nas gargalhadas que ao tocar meu rosto me faziam sorrir, nos cheiros doidos de coisas que floresciam e iam se impregnando em minha pele, derrubei uma cadeira, traguei um cigarro que outra mão segurava e ouvi a porta batendo atrás de mim, enquanto atravessávamos a rua, correndo. Ele amassava minha mão, meu coração.

Caminhamos até a estação de metrô mais próxima, pegamos o primeiro destino, sentamos e ficamos olhando um para o outro enquanto o céu era inteiro feito de labaredas. As cadeiras vazias, os fantasmas a observar nossa mudez. Todo aquele silêncio me enchia de palavras. Descemos e fomos andando até meu apartamento. Indecências no elevador, convites para trepar na escada, sussurros para não acordar os vizinhos e um passo de tango mal feito no meio do corredor.

Conheceu meu corpo como se nada fosse novidade, como se ele próprio tivesse moldado todos os detalhes naquela manhã que nascia. Seu peso era o peso que eu nasci para medir. Enquanto ele afastava numa carícia os cabelos que caiam em meu rosto, meu queixo se apoiava em seu peito e não sabíamos se era melhor juntar ou separar tudo antes que alguma coisa se quebrasse. Levantei, amarrei as dúvidas junto com os cabelos e escrevi na parede com meu batom vermelho um verso que rasgou meu pulso e deixou muita coisa a mostra. O resto eu havia esquecido na mesa do bar.

No chuveiro, a água deixou que escorressem as marcas do que foi feito. Ficamos abraçados e sua pele ia aquecendo minhas extremidades. Aquele rosto bonito, a fumaça, nossos pés, nossa volta para a cama, o chão molhado e a gente se olhando sabendo que seria a última vez. Gravando vozes, medindo os tons, identificando as cores, colocando pimenta, adiando a hora de ir embora. Queríamos chuva para passarmos o dia em cima do colchão vivendo de prazer, música, doce e conversas sobre coisa nenhuma.

Nos olhamos de perto, lembramos nosso olhar de longe, olhava já com saudades, agarrava com as pernas, com os braços, com todos os movimentos. Mordia, arranhava, feria para fazer carinho. As palavras foram diminuindo e a porta bateu. Um morango explodiu em minha boca, pacote de souvenirs. Fiquei ali, dançando, numa violência sutil, como se não existisse tempo. Misturei tudo com fogo. Falaria de amor no próximo passo. 

Numa próxima cama.

Comentários

  1. É quando eu sento pra te ler, e percebo mais uma de suas muitas facetas como escritora. A sucessão alucinante de fatos, misturada à descrição sensitiva, dá um tom de urgência ao texto. Os acontecimentos se puxam, se emaranham, infatigáveis, imprevisíveis. É quando eu sento pra te ler, e percebo que você tá melhor, tá em evolução, progredindo. São nesses momentos que eu me orgulho, e torço pra você postar o mais rápido possível, e faço coro pra você desenvolver uma história maior, a fim de virar um livro, um romance lindão. A literatura contemporânea não vai nada bem, mas você pode fazer isso. Cabe às pessoas que têm talento.

    Imagina só: o Léo ocupando lugar de destaque nas cadeiras dos maiores personagens da nossa literatura, junto com Tieta, Capitu, Diadorim, Fabiano...

    Eu saio daqui batendo palmas; gritando: "Jaya, Jaya" e torcendo por novos textos em breve.

    Um grande prazer.
    Beijos.

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  2. Imagino um livro seu assim, com muita ousadia, essa leveza sensual, se é que pode chamar de leve.
    Você é linda, moça. Toda. Sorriso, olhar, letras.
    E te carrego comigo sempre, porque não acredito que haja uma pessoa que conheça algum texto seu e não carregue.

    Chega. Você é foda. Tchau, cara.

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  3. Jaya, te odeio. Tenho certeza absoluta que você é meu alter-ego. Ou então eu tenho dupla personalidade. Ou sei lá, a gente divide a alma e as mesmas vivências.
    Vou dizer que eu tô caçando essas palavras há tempos e que eu queria ter botado no papel as coisas que eu vivi desse jeito lindo que você botou aqui.

    Tô te amando muito.

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  4. Eu sempre me encanto, não tem jeito. E quando acho que não tem como você escrever mais lindo, você me surpreende.

    Concordo com tudo o que Felipe falou e fico daqui torcendo para que, um dia, você se anime e se estruture para o tão pedido livro.

    Texto lindo, maduro, bem escrito e com a sensibilidade de sempre.
    Você arrasou, pra variar. Saio daqui leve. Porque é como eu fico depois de ler qualquer coisa escrita por você.

    Beijos, Jaya.
    :*

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  5. Gosto quando você pinta com esse tom de vermelho. Vivo, ardente, estonteante.

    Gosto desse sabor de urgências, que deixam marcas.

    No fim, quase sem fôlego, eu fico me perguntando: "Cadê esse livro que não vem, gente?"

    Um dia vem. o/

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  6. Nêga, te odeio!
    Odeio a forma como tu escreve amores urgentes, quentes e ao mesmo tempo profundos, cheios de fulgacidade e romances. É engraçado como tu mistura as duas coisas que parecem tão desvinculadas, que na verdade não são. Tu desmancha ilusões.

    Adorei, só isso e como sempre.

    Beijo, Jayaam!

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  7. Quando vejo atualização venho rapidinho pra me encantar como sempre. E nunca li nada tão cheio de sensualidade por aqui, e terno ao mesmo tempo. Um conto de fadas urbanizado, meio que século XXI. Não sei ao certo que definição usar, a certeza que tenho é que você é mestre em encantar, seja com açúcar, pimenta ou outros condimentos. Acertar o tempero é arte sua.

    Um beijo Jaya, ler você é uma alegria só.

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  8. Tentando recuperar o fôlego...

    Era mesmo disso que estava precisando para terminar a noite, e sabia que aqui encontraria tudo que todo mundo quer,precisa, senti e não sabe dizer. Aí vem você dançando nessa "violência sutil" e nos faz realizar os sonhos na sua escrita.
    Era disso. Desse negocio avassalador, desse imediatismo, dessa intensidade, dessa sensação gostosa.

    Anda logo com esse livro pelo amor.. É ansiedade demais na espera de cada lindeza nova por aqui.

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  9. Nooossa... ousado e muito bonito! Fiquei corado!

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  10. Tuas palavras são a minha dose (uma pena que não diárias) de beleza na vida, ainda que de um jeito doído - ''dolorido-colorido'', já dizia Caio.
    E tô te amando muito depois desse texto, vou aqui relê-lo e ser feliz enquanto as palavras durarem.

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  11. tinha que ler de novo.
    ar.
    pronta para mais uma semana.
    bjs

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  12. Duas imagens me chamaram demais a atenção nesse teu texto: "como se houvesse espaço para nós dois debaixo daquela jaqueta preta" e "olhando um para o outro enquanto o céu era inteiro feito de labaredas"... são construções muito bonitas, que remetem à ideia da urgência do desejo. Gostei muito do texto, ainda que seja mais afeita à poesia e suas poucas palavras.
    Parabéns, sempre voltarei aqui para degustá-la.

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  13. E sabe por quê eu ainda acredito? Porque você, de alguma forma, mostra que sempre há um jeito de ser diferente. Às vezes não preciso ler nada, só chegar aqui e sinto isso.

    Você deveria cobrar por isso, Jaya. Vai ficar rica. Já percebi que não é só comigo. haha

    Beijo em você. E estou roubando um abraço seu, viu?!

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  14. É interessante como escreves sobre tantas coisas de maneira leve, urgente, profunda, doce e arrepiante,

    Dom? Dom!


    E partilhas maravilhas, que preenchem a alma e a imaginação,


    Parabéns!


    Inspiração sempre!!!!




    Bjkassssssssss

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  15. q bom.
    faz tempo q não leio algo q tenha me fisgado assim em blogsss.

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  16. Ual! Que dualidade ler-te! É preciso fôlego e sensibilidade...texto intenso e lírico ao mesmo passo.
    Muito belo Jaya! Sempre uma boa surpresa retornar ao seu blog!

    Obrigada pelo carinho tb no meu...fico feliz em ter gostado daquele texto!
    Bjs, apareça sempre!

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  17. Que saudade daqui, Jaya. Tanto tempo, e parece mesmo eternidade. Mas tem uma coisa que não muda: como me encanto pelo o que escreves! Sempre uma mistura louca de ternura e urgente sinceridade, que só constrói na gente um amor particular, bem terno. Faz logo um livro pra gente, faz!

    Um beijo, viu.

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  18. Só você pra fazer uma noite de sexo com um estranho, nao ser só uma noite de sexo com um estranho. A poesia que você colocou aqui me matou. Me fez lembrar alguém e te dou duas chances pra lembrar, porque se errar na primeira tenho certeza que acerta na segunda. Rá!

    Seu texto foi intenso, nega. Daqueles que a gente lê sem respirar, daqueles que a gente lê e começa a pensar em alguém, instantaneamente. Daqueles que deixam vontades soltas no ar (me segura!! rá).

    O mais legal é que tem tempo que venho notado teu crescimento através das suas palavras. A diferença de um texto hoje comparado com o de ontem é grande e você só sabe fazer mais bonito, mais verdadeiro, mais intenso. Real.

    Ôh orgulho.

    Teamo.

    P.S.: email, please. right now!

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  19. Correção:

    (...) Tem tempo que TENHO notado. O iPod realmente acha que sabe escrever mais que eu. Humpf!

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  20. Fiquei bem feliz com o seu comentário no meu blog. Volte sempre. Vou voltar sempre aqui.

    Escreves muito bem!

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  21. mocinha,
    tudo bom?
    beijos

    http://consideracaodopoema.blogspot.com/

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  22. Fico babando pela tua capacidade de ver amor em tudo. Sempre achei tão frio e vazio de sentimento esse encontro de uma noite só. Aí vem você e faz brotar poesia.

    Saio daqui transbordando, Jaya.
    Não é a toa que tu sempre me é inspiração.


    Beijo
    ;*

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  23. Boa Noite,

    Mesmo sem muito tempo para escrever no meu blog ou comentar nos que eu adoro (assim como o seu) não deixei de acompanhar...

    Como sempre, tudo aqui é delicioso de se ler...

    Beijos Saudosos!

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  24. Jaya, querida, que texto é esse, hein?
    Demorei pra comentar porque, puta que pariu!, é bem a quinta vez que leio e fica sem palavras. A cada leitura, surgem novas descobertas, novas facetas, novas sensações. Você é demais. Sem mais.

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  25. Bem bolado. Talvez não seja o estilo que eu mais goste de ler, mas você conseguiu me prender bem nesse texto.

    Bjs

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  26. Vim trazer uma abraço apertado e desejar sucesso, saude, paz, amor, esperanças e folhinhas novas nesse ano que ta nascendo!

    Voce sua moça bonita, eu não esqueço!!

    Fique com um beijo meu daqui

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  27. Olá,
    Tudo bem?
    Acabei de criar um blog e navegando por vários blog encontrei o seu. Gostei muito dos textos, por isso sigo-te. Se puder e quiser visite-me!

    Beijos

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  28. Cadê você, pedacinho de gente? :(

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  29. Jaya, minha linda.
    Você deve pensar, "gente, olha quem ressucitou" se é que te recordas de mim, rs.
    Gostaria de enfatizar, que toda vez que venho a esse seu espaço facho a janela do navegador com o pensamento de que nessa blogosfera há testos muito bons, de fato. Mas poucos são tão fodas quantos os seus.
    Esse, em particular, me encantou de forma ímpar. Perfeitamente escrito, descritivo e encantadoramente agressivo. Você fez transparecer em suas palavras todos os sentimentos de um caso de uma noite, de uma mulher livre de sentimentalismos e inseguranças.
    Parabéns mais uma vez, e da uma visitada em minha humilde "residencia" logo mais.
    Grande beijo, seu admirador descarado.

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  30. Você é absurdamente perfeita nessa coisa de escrever e fazer eu me arrepiar inteira.

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  31. Acho que se essa cena fosse assistida, talvez não soasse tão intenso. Tão apaixonante, entende? Você faz muito bem isso ... Transforma um momento aleatório numa porção de intensidade.

    Não dê uma de Laysla, ok?! Volta pra esse seu blog o quanto antes. Aí, aproveita e vem me ver um pouquinho, que eu tô voltando pro meu.

    Um beijo saudoso, Jaya. :)

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  32. Que delícia, Jaynhaaaa! Quanta intensidade, desejo e fantasia. Tô fascinada aqui com esse teu lado libertário e libertino que, com tanta intensidade, tuas letras escreveram.
    Saudades daqui.
    Beijo.

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  33. Jaya, 2012 te espero ansioso, assim como eu!
    Saudades dos teus textos..
    De uma leitora, que nem sempre se manifesta, mas sempre te acompanha!

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  34. jay, eu fico sem vir. não por nada, é só a vida mesmo. mas quando eu venho, mexe qualquer coisa dentro doida. você sabe, não sabe? eu te leio, assim, com olhos muito irmãos. de um lado de admiro, te acho imensa. do outro te cuido, te penso pequena. cobiço tuas letras, sei delas melhor na tua mão. ainda que desnudando mistérios da minha memória - como se fosse tua.

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  35. Lindo texto, Jaya! Faço coro a tudo que já disseram de positivo acima. É uma história que puxa a gente como numa dança e realmente desejamos uma chuva que nos permitam ficar ali presos naqueles instantes com os personagens.

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    1. Muito obrigada, de coração. É tão bom ter impressões recentes dentro de um texto tão antigo.

      Fico feliz que você tenha vindo aqui.

      Um beijo.

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